Selvageria contida.




Sabe quando se quer muito uma coisa, mas muito mesmo?
Mas é aquele querer que se sente lá no núcleo celular, na membrana da célula e na corrente sanguínea, sabe esse querer??
Eu ando querendo assim uma coisa que vem acontecendo na velocidade do rastejar da lesma...
Ai eu paro, olho, penso naquilo que eu quero e respiro.
Respiro de novo, ponho a mão na testa e suspiro.
Inspiro e expiro o ar várias vezes até passar a vontade de pegar a lesma com a boca pra ver se ela se mexe mais rápido.
Não adianta, tem coisas que não adianta apressar.
Vinho por exemplo, se interrompido o processo de fermentação não teremos um bom vinho não importa quão tenha sido excelente a safra da uva.
Assim é a vida e tantas outras coisas que queremos.
E parte disso é o emagrecer.
Por mais que eu queira dormir e acordar 15 kg mais magra isso não vai acontecer.
Então o segredo é observar as pequenas mudanças que fazem uma gigantesca diferença.
Quando me olho no espelho começo a me reconhecer, vejo a minha cintura ( gente eu tenho cintura de novo!! ) ficando cada vez mais fina, o bumbum empinando, as coxas mais finas assim como o rosto e o pescoço...
Dai eu paro, respiro, inspiro e expiro.
Observo meus pézinhos magros, meus sapatos que não servem mais.
A bata que virou vestido.
A calça que cai sozinha quando desabotoo.
Mas eu quero mais, eu quero muito mais.
Porque tem uma oura coisa que eu quero lá no âmago do meu ser, que só eu posso conseguir, e que eu vou conseguir.
Porque eu quero, e quando eu quero eu posso, e se eu posso ....então espero.

Metamorfose ambulante!



Hoje chorei muito, chorei feito criança sentada no chão na porta da farmácia.
O motivo? Dez kilos a menos na balança.
Sabe o que é isso, o que isso significa pra mim??
Isso significa que eu posso! Que eu sou capaz de promover mudanças internas que se refletem no meu físico. E a chave pra isso é o autoconhecimento.
Aprendi a me conhecer, a reconhecer minhas sensações e sentimentos.
A aplacar meus momentos delirantes de fúria incontida que muitas vezes me levaram a explosões verbais e orgias alimentares.
Eu perdi muito nesses momentos, perdi pessoas e essa pessoa aqui.
A porteira do meu prédio elogiando minha silhueta perguntou se eu estaria amando.
Respondi sim, a mim mesma!

A todas, o meu mais sincero muito obrigada!




Eu passei por muitas coisas no semestre que passou.
Os seis primeiros meses desse ano para mim foram muito difíceis, pessoal e profissionalmente.
Graças a Deus as coisas já se acomodaram há algum tempo e tenho conseguido ver dia-a-dia o resultado da minha quietude interior.
Por dentro e por fora.
Duas coisas me ajudaram imensamente a fazer essa acomodação interna:
_ Os exercícios. Eu já tinha me esquecido do prazer de fazer exercícios, sentir o vento no rosto, corpo se mexendo cada vez mais rápido e um desafio pessoal após outro sendo superado.
Experimentem moçoilas, é muito bom!! A sensação de sentir que venceu as dores, o cansaço e a preguiça são recompensadoras!
- E agora tenho vocês!
Quando eu comecei esse blog tinha em mente exatamente o que queria fazer.
Eu não queria mais um desses blogs cheio de receitas, dicas, e pesagens porque assim tem aos montes na net.
Sentia falta de um espaço onde alguém descrevesse as mesmas sensações e emoções pelas quais eu passo nesse processo de redescoberta do meu corpo.
Nunca fui gorda, nem cheinha, nem gordinha e mesmo após a gravidez em que dobrei de tamanho em um espaço curto de tempo, consegui retornar ao manequim anterior.
Mas algo aconteceu e em algum momento eu me perdi.
Se perder de si mesmo é a mais dificil das perdas e nós nunca nos damos conta disso porque sempre valorizamos mais a perda do outro.
E o processo de reencontro não é fácil, mexe com feridas que julgávamos cicatrizadas, com lembranças que não queremos reviver, com uma série de coisas que insistimos em varrer pra debaixo do nosso tapetinho.
O meu dia D, há um mês só eu sei como foi.
Chorei muito sentada com montes das minhas fotos mais lindas espalhadas na cama, e me lembrando o quanto eu me sentia bem comigo mesma, o quanto eu era dona de mim.
E então encontrei uma caixinha onde guardo várias cartinhas e bilhetinhos de amigas e amores passados. Comecei a rir, ria muito, ria de rolar sozinha.
De repente envolta na atmosfera alegre de todas aquelas lembranças me dei conta de que "eu" ainda estava ali, ainda residia no mesmo corpo e que este corpo também precisava ser resgatado.
Foi assim que tudo começou.
E hoje, nos nossos grupos no facebook, quando dou meus puxões de orelha e como retorno recebo agradecimentos, carinho e afagos fico emocionada por saber que estou conseguindo ajudar alguém com a minha experiência, mostrando pra quem tá na batalha desse reencontro tão importante que é possível.
Acreditem meninas, eu tenho recebido muito mais do que tenho doado e são vocês quem me inspiram!
A todas, mas a cada uma de vocês o meu abraço mais apertado e sem pressa.
Muito, mas muito obrigada!!!
E pra descontrair um tantinho a sobriedade desse post e mostrar as curvas da minha estrada de Santos, uma foto direto do meu espelho.! Bumbum ficando empinadinho de novo yayyyyy !!!